Conexões

Em tempos de afastamento social – isolamento ou quarentena, como você quiser chamar -, somos mais do que nunca convocados a buscar formas de conexão com o mundo, com as pessoas, com nós mesmos. Se antes conectar-se parecia algo a se fazer para daqui alguns dias – “que marquemos um café na próxima semana” -, hoje, muitos de nós sentimos falta do simples encontrar os pais, os filhos, os netos, os avós, os amigos, os namorados. Como num estranho apocalipse dos afetos, nos sentimos perdidos: além do medo da morte, já vivemos um luto da vida que vivíamos antes.

O luto machuca, dá raiva, dá vontade de gritar, faz chorar ou produz aquele silêncio inexplicável carregado de inquietude. E o que fazer com a inquietude do luto, a saudade de nós mesmos?

Continue lendo

O amor em tempos de pandemia

Não. Não há nada de belo ou romântico no período em que vivemos, quando a pandemia do COVID-19 se alastra pelo mundo e pelo nosso país. Tememos por nós, pelos nossos e pelos outros. Nunca se pensou que ficar em casa poderia ser tão devastador para algumas pessoas – mesmo as que curtem um pouco de reclusão, introspecção, leitura e atividades solitárias. Acontece que essa reclusão é acompanhada de medo e as notícias vêm por todos os lados. E nós precisamos acompanhar as notícias confiáveis e seguir as orientações. Ficar em casa, fazer a higienização das mãos constantemente, evitar visitas a idosos e a pessoas imunodeprimidas, evitar o contato físico.

Há caos e medo em meio à pandemia. Porém há amor em meio ao caos e o medo. Se choramos pelos italianos, é porque ainda amamos. Apressemo-nos a cuidar dos nossos. Há pessoas que estão dispensando profissionais sem vínculo empregatício e pagando o valor correspondente ao serviço prestado. Os nossos não são apenas nossos familiares, mas toda a comunidade ao redor. Os nossos somos todos. Alguns mais ou menos privilegiados neste período de quarentena. Há quem possa ficar em casa e há quem ainda precise trabalhar. Continue lendo