A dependência emocional produz dores profundas e difíceis de serem tratadas: ao pensar que se precisa da validação do outro para se sentir alguém, a pessoa que sofre de dependência emocional se coloca em um estado de constante vulnerabilidade. Você já se viu assim? Sentindo-se sem valor ao ser duramente criticado ou deixado por alguém (um amor, um amigo, um colega de trabalho, um familiar)? É mais comum do que se pensa. Muitas vezes, diante de situações assim, vivências inconscientes e antigas de abandono vêm à tona e crescem na consciência como uma crença de baixo valor próprio e de extrema solidão. Muitas vezes o luto intenso pelo término de uma relação tem a ver com vivências mais profundas do que se imagina. É por isso que o cultivo do amor próprio – expressão tão próxima do senso comum mas que fala de algo tão necessário – é essencial.
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Fim de um relacionamento
Quando um relacionamento amoroso chega ao fim, atravessa-se um processo de luto. É como se algo ou alguém muito importante houvesse morrido, ainda que a outra pessoa esteja viva. Sente-se falta do tempo preenchido pela presença, do fazer junto, dos planos construídos lado a lado. Sente-se falta do esperar chegar, do aguardar o próximo encontro e de todas as pequenas saudades que o relacionamento proporcionava no dia-a-dia. Sente-se saudade do que não aconteceu e, não raro, ainda que que o relacionamento tenha sido ruim ou mesmo abusivo, as lembranças boas colorem os pensamentos fazendo a dor ficar mais forte.
Acredito que é preciso sentir a dor. Como todo luto, é preciso atravessá-lo, chorá-lo, vivenciá-lo. Por vezes, ele se apresenta como uma montanha russa ou como ondulações, com altos e baixos de sentimentos e memórias – raiva, saudade, amor, ternura, tristeza. Todo fim é um luto. Mas é sempre importante pensar que o fim pode também ser um recomeço, especialmente no caso específico do fim de um relacionamento. Continue lendo
Cuidar-se
Fato: o mundo carece de maior gentileza. Gentileza é cuidado. Gentileza é ética. Gentileza é saúde. E, no entanto, temos nos esquecido disso. Temos sido hostis no trânsito, nos supermercados, nas ruas e em casa. Temos sido hostis com nossos amores e amigos e com aqueles que nem sequer conhecemos. Temos desaprendido a arte da delicadeza. Quase sem querer, ferimos aqueles que amamos e depois nos arrependemos. Sofremos e, de tanto sofrer, fazemos sofrer. A razão para isso é simples: a dor, se não cuidada, gera mais dor. Espalha-se pelo mundo alucinadamente. A sua dor, quando não encontra espaço de escuta e carinho, machuca o outro. É só você se lembrar das vezes em que, cansado por mais um dia de trabalho, acabou por ser hostil com alguém que aguardava sua ternura ou seu abraço. Acontece. É humano. Acontece, muitas vezes, porque esquecemo-nos de cuidar de nossas próprias dores. O primeiro passo para cuidar bem do outro é cuidar bem de si.