Há quem diga: “Apresse-se! Já era hora de você estar se levantando da cama”; “Mas você não está se esforçando nada”; “Ansioso por quê? Não há nada acontecendo.”
Sabemos. Há sempre mundos acontecendo dentro de nós. Tendo a escrever sobre o tempo e sobre os movimentos sutis porque é assim que as transformações ocorrem. Hoje gostaria de convidar você a olhar a sua história. Seus passos mais recentes e mais antigos. Todas as lutas travadas e todas as vezes em que você venceu essas lutas. Não precisam ser lutas que os outros – familiares e amigos – possam enxergar: isso é entre você e você.
Você sabe o quanto foi sufocante ouvir palavras duras aos 8 anos de idade e seguir – aos trancos e barrancos – acreditando em si. Você sabe o quanto foi custoso começar uma faculdade e você foi lá. E começou. E eu não sei se você continuou, mas você começou. E você sabe o quanto foi custoso – emocionalmente e financeiramente – continuar.
Você sabe o quanto foi e é doloroso sofrer racismo. Homofobia. Misoginia. Sofrer abusos diversos. Físicos, emocionais, sexuais. Você sabe o quanto é árduo ser mãe. E também ser filho ou filha. Atravessar uma doença. Física ou emocional. Você sabe o que é saber de tudo isso – ou um pouco de cada disso – e sabe seguir em frente.
Hoje eu gostaria de convidar a olhar a sua história. E perceber o quanto seguiu em frente. E ainda segue.
Há quem diga: “Apresse-se! Já era hora de você estar se levantando da cama.” Você haverá de se levantar. No seu tempo. Na sua hora. Nos seus passos.
“Mas você não está se esforçando nada”. Você está. E sabe disso.
“Ansioso por quê? Não há nada acontecendo”. Há sempre um universo acontecendo dentro de nós.
Convido você a olhar seu universo. Com ternura. E bondade.