Outubro Rosa: lidando com a vida

 

 

Campanhas de saúde mensais, com suas cores marcantes e seus dizeres fundamentais, são importantes para alertar sobre questões importantes na sociedade: discutir prevenção, cuidado, formas de auxílio profissional. No caso do Outubro Rosa, falamos da importância da detecção precoce do câncer de mama e da importância do cuidado à saúde de pessoas com câncer.

Prevenir e cuidar. Acolher e respeitar.

Como psicóloga, aproveito este mês para tratar de uma questão que considero fundamental: como lidar com a descoberta da doença e com o período de tratamento? Antes de trazer uma resposta pronta, já digo que é o sentimento de cada pessoa que dará conta do momento: não há uma verdade simples e definitiva. Receber o diagnóstico de um câncer é diferente para cada um. E lidar com o diagnóstico é lidar com a vida ou, de outro modo, com o novo que a vida traz.

Dito isso, se você ou algum familiar estiver passando por uma situação assim, permita-se antes de tudo sentir. Em um primeiro momento, pode ser que os sentimentos sejam intensos ou pode ser que nenhum faça sentido. O medo da morte, o desejo de viver, a dúvida quanto à veracidade do diagnóstico, as incertezas quanto ao presente e ao futuro, os sentimentos de culpa. Existem saídas? Há tratamento? Terei apoio? São dúvidas que muitas vezes se sobrepõem umas às outras, muitas vezes gerando ansiedade. Nesse caso, procurar o apoio de um psicólogo, talvez na clínica em que você estiver fazendo tratamento, é de grande ajuda para elaborar os tantos sentimentos – por vezes contraditórios – que surgem.

Sentir, questionar, duvidar, querer uma segunda ou uma terceira opinião: tudo isso é natural. Tudo isso é possível. O mais importante, nesses momentos, é encontrar um ponto ou uma rede de apoio para começar a tomar as decisões: onde fazer o tratamento, quem serão os acompanhantes, como organizar a rotina, o que será mudado, o que se manterá igual.

Se a morte é possibilidade, a vida é o que segue aí como realidade. Doce e bruta. Chamando para ser cuidada em cada detalhe. Se é definitivo o diagnóstico, também são possíveis os tratamentos. Se vêm, aflitas, as lágrimas, que venham. Lavando e levando o que é preciso levar. Pois que também nasce em algum ponto o riso.

Aos familiares é sempre importante dizer: sinta e deixe sentir. Acolha e se permita acolher. Outubro Rosa é sobre prevenção. É sobre detecção precoce. E é também sobre mulheres – e homens – em tratamento de câncer de mama que lutam a cada dia. Lidando com efeitos colaterais e com uma ardente ânsia de viver. Com cansaço profundo e com vontade intensa. Outubro Rosa é sobre uma vivência que é e pode ser de todos nós. É sobre lidar com a vida!

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