Meditação guiada: Livrando-se dos pensamentos negativos

Série Relaxamento em casa - Episódio 02

Nesse segundo exercício em áudio, escutaremos nossos próprios pensamentos negativos e faremos uma técnica para não permitir que eles produzam mais sofrimento. Os pensamentos vêm naturalmente e não podem ser evitados, mas é possível criar formas de se livrar dos mais tristes e destrutivos, ao trabalhar sentimentos e pensamentos mais agradáveis.

Continue lendo

Meditação guiada: Congelando o medo

Vivemos um período difícil como coletividade: a pandemia do COVID-19, o Coronavírus, nos afeta a todos de diferentes maneiras. Alguns de nós podemos ficar em casa, trabalhar em home office, mas nos sentimos isolados. Outros precisamos sair para trabalhar, situação que também gera ansiedade e preocupação. Preocupamo-nos com nossa saúde, com a saúde de nossos entes queridos e com a nossa situação laboral e financeira. Por isso decidi fazer uma série de áudios de relaxamento que vocês podem fazer em casa, a qualquer momento do dia, ou mesmo no trabalho em momento de descanso. São relaxamentos guiados com o objetivo de proporcionar bem-estar e ajudar a reduzir níveis de ansiedade e estresse, sem substituir outros tratamentos como a psicoterapia e a psiquiatria. Tenho me baseado nos roteiros de hipnoterapia de Sofia Bauer, importante psiquiatra e hipnoterapeuta, mas adaptado para o momento em que vivemos.

Continue lendo

O amor em tempos de pandemia

Não. Não há nada de belo ou romântico no período em que vivemos, quando a pandemia do COVID-19 se alastra pelo mundo e pelo nosso país. Tememos por nós, pelos nossos e pelos outros. Nunca se pensou que ficar em casa poderia ser tão devastador para algumas pessoas – mesmo as que curtem um pouco de reclusão, introspecção, leitura e atividades solitárias. Acontece que essa reclusão é acompanhada de medo e as notícias vêm por todos os lados. E nós precisamos acompanhar as notícias confiáveis e seguir as orientações. Ficar em casa, fazer a higienização das mãos constantemente, evitar visitas a idosos e a pessoas imunodeprimidas, evitar o contato físico.

Há caos e medo em meio à pandemia. Porém há amor em meio ao caos e o medo. Se choramos pelos italianos, é porque ainda amamos. Apressemo-nos a cuidar dos nossos. Há pessoas que estão dispensando profissionais sem vínculo empregatício e pagando o valor correspondente ao serviço prestado. Os nossos não são apenas nossos familiares, mas toda a comunidade ao redor. Os nossos somos todos. Alguns mais ou menos privilegiados neste período de quarentena. Há quem possa ficar em casa e há quem ainda precise trabalhar. Continue lendo

Relacionamento abusivo: o amor não é bom se doer

Ele não batia nela, mas costumava dizer que era o único no mundo capaz de suportar suas crises e manhas. Ela tomava antidepressivos e se identificava com o monstro da depressão, sem se dar conta de que o companheiro – que se dizia seu maior cuidador – era o maior algoz.

Ele não batia nela, mas criticava seu corpo. Dizia que se fosse mais magra, que se usasse calcinhas mais novas, que se cuidasse mais do corpo ele não precisaria procurar outras. Ele queria um relacionamento aberto. Só para ele.

Ele não batia nela, mas exigia que ela usasse as roupas que ele escolhia. Nada de saia curta, nada de maquiagem forte, nada de decote. Ele tinha um ciúme forte que chamava de amor. E, certa vez, ele segurou forte no pulso dela e gritou alto. Mas não, ele não batia nela. Continue lendo

Dia internacional da luta das mulheres

“Você pode me fuzilar com suas palavras, Você pode me inscrever na História
Com as mentiras amargas que contar,
Você pode me arrastar no pó
Mas ainda assim, como o pó, eu vou me levantar.
Minha elegância o perturba?
Por que você afunda no pesar?
Porque eu ando como se eu tivesse poços de petróleo
Jorrando em minha sala de estar.
Assim como lua e o sol,
Com a certeza das ondas do mar
Como se ergue a esperança
Ainda assim, vou me levantar
Você queria me ver abatida?
Cabeça baixa, olhar caído?
Ombros curvados com lágrimas
Com a alma a gritar enfraquecida?
Minha altivez o ofende?
Não leve isso tão a mal,
Porque eu rio como se eu tivesse
Minas de ouro no meu quintal.

Maya Angelou

Começo este texto trazendo um trecho de uma poesia de Maya Angelou intitulada “Ainda asssim eu me levanto” ( “Still I Rise”). Aproveito para trazer uma breve história dessa escritora que me cativou e que me foi apresentada por uma paciente querida. Maya Angelou é o pseudônimo de Margherite Ann Johnson, escritora negra nascida nos Estados Unidos em 04 de abril de 1928. Sensível e poderosa, Maya sofreu abuso sexual na infância, além de diversas outras dores – muitas advindas do racismo -, tudo isso relatado na maravilhosa obra autobiográfica “Eu sei por que o pássaro canta na gaiola”. Como um pássaro que nunca deixou de cantar, apesar dos aprisionamentos que lhe eram impostos, Maya lutou por direitos e nos traz uma esperança: é possível viver e seguir em frente, numa luta coletiva e feminina, uma luta que inclua mulheres negras, mulheres indígenas, mulheres lésbicas, bissexuais,  mulheres trans. Uma luta que inclua todas as mulheres. Continue lendo

E quando você tem um dia ruim?

Você olha a internet. Facebook. Instagram. As pessoas celebram a corrida matinal ou mais um dia fechado com sucesso. O cansaço de um dia cheio de trabalho é exaltado. Metas cumpridas, sorrisos alegres, finais de semana na praia ou na balada.

Você acorda cedo. Sua cabeça está doendo. Ou você tem uma crise de ansiedade. Talvez seja um dia em que a depressão bateu mais forte. Ou você simplesmente não dormiu bem. Ontem você se lembrou de que faria um ano da morte de alguém querido. Hoje você não está bem para trabalhar. É dia de semana. Você queria era mais tempo de cama. Você toma seu analgésico, quem sabe. Recupera-se de leve. Você vê o sol brilhando e só fica pensando no calor do ônibus lotado. Você está de mau humor. E o dia passa como se não valesse a pena. Como se você estivesse carregando pedras enormes até o alto de uma montanha e elas rolassem morro abaixo e você tivesse que empurrá-las de novo. Isso é mitológico. Sísifo, castigado por Zeus na mitologia grega, passava por isso. Isso pode ser uma metáfora para um dia ruim. Ou para vários dias ruins. Continue lendo

Reconhecendo seus próprios limites

E então você sofre um acidente e precisa parar de trabalhar por um tempo. Ou então é a própria exaustão que lhe gera uma crise emocional e você demanda um afastamento de suas atividades. Mas você não quer parar. Você tem medo. Medo de perder o reconhecimento, o lugar, a potência. O medo da invalidez – temporária ou permanente – acompanha-nos como o medo da morte, mas não de maneira idêntica. Há quem diga, por exemplo, que não teme tanto a ideia de morrer, mas se angustia com a ideia de ficar dependente e dar trabalho aos outros. Aquilo que nos faz parar, “dar trabalho”, precisar de colo, depender de apoio às vezes parece insuportável. É uma ferida em nossa ideia de perfeição e de potência. É um reconhecimento – muitas vezes doloroso – dos limites da vida.

A doença, no corpo ou na alma, muitas vezes aparece como forma de mostrar o limite. As dores, as ansiedades, as depressões exigem pausas, mais longas ou mais curtas, e fazem com que precisemos pedir ajuda. Não apenas profissional, mas também de familiares e amigos. Nesses casos, aprendemos a formar redes e a reconhecer a importância dos laços. A parar aquilo que sempre nos pareceu natural de fazer e repousar o coração. Continue lendo